Alice e Gabi Gelli são irmãs, artistas e cariocas. A pesquisa da dupla se debruça sobre a perspectiva do encontro, da troca e do tempo. A busca pela materialidade corpórea lhes interessa muito diante da digitalização excessiva dos espaços. Há um desejo em direção a um resgate das trocas físicas, o olho no olho e o impacto da obra sobre o corpo. Das escalas mais variadas - da delicadeza dos miúdos até a extravagância dos monumentais - as artistas têm um fascínio pela repetição, pelo macro e pelo micro.
O ritmo do trabalho vai na contramão da urgência do mundo. Apesar de serem extremamente aceleradas, a dupla procura tempo, calma e respiro. A escolha dos materiais impacta diretamente nesse tempo. Trabalhar com papel requer presença, senão suja, rasga, corta. Trabalhar com cera requer atenção, senão queima, derrete demais, seca. Respeitar o desejo dos materiais e sobretudo o tempo de cada um. A pressão constante pela produtividade dificulta a espera que é desafiadora porém constituinte do trabalho. O compromisso com o fazer artístico resgata o tempo-espaço necessário da obra.
As artistas já participaram de algumas das maiores feiras de arte do Brasil como Sp-Arte e ArtRio, assim como várias exposições, no eixo Rio e São Paulo. Em 2021, as Irmãs Gelli fizeram uma residência artística no espaço Oasis no centro do Rio, que resultou em uma exposição individual da dupla. Em 2022, além de exporem em uma coletiva no Centro Cultural dos Correios, a dupla participou do Jaguar Parade, que ganhou as ruas de São Paulo e Nova York, dando início a carreira internacional das artistas. Em setembro de 2023, as irmãs inauguraram a exposição individual "Quando deixou de ser" na galeria Lurixs, no Rio de Janeiro, e a coletiva "Bleu" em Paris a convite da Bianca Boeckel Galeria. Em 2024, as artistas abriram uma exposição individual no Centro Cultural dos Correios no Rio de Janeiro.